Calor, parteiras: "Amamentar pode ser mais cansativo e o bebê muda de ritmo"

O calor do verão "pode dificultar a amamentação. As altas temperaturas, o suor e o contato físico próximo entre mãe e bebê durante as mamadas podem causar maior fadiga. Além disso, o bebê pode alterar seus ritmos de sucção e pedir o peito com mais frequência, o que pode levar à crença equivocada de que o leite pode não ser mais suficiente ou nutritivo, ou as mães podem ter dúvidas sobre a necessidade ou não de dar água ao bebê". Cristina Panizza e Angela Maccagnola, conselheira da Federação Nacional das Ordens da Profissão de Obstetrícia (Fnopo), fazem um balanço.
De fato, dar água pode interferir na produção de leite. "A produção depende da frequência das mamadas: se o bebê recebe água, ele pode pegar menos leite, o que reduz a estimulação da mama. No verão, portanto, pode acontecer que o bebê mame com mais frequência e por períodos mais curtos: 'É completamente normal', enfatizam as parteiras, 'e representa a maneira dele regular a hidratação. Não significa que o leite não seja suficiente'."
"É importante saber - esclarecem Panizza e Maccagnola - que nos primeiros seis meses de vida, se a criança for amamentada exclusivamente, não é necessário oferecer água. O leite materno é composto por mais de 80% de água e se adapta naturalmente às necessidades da criança, garantindo toda a hidratação de que ela precisa. Se a criança, no entanto, já iniciou o desmame, é possível, além do leite materno, oferecer também água". Amamentar é muito mais do que nutrição: "é uma escolha de saúde, um investimento no bem-estar a curto, médio e longo prazo da criança, da mãe e da comunidade. No entanto - lembra a Fnopo - na Itália, apenas 45% das crianças são amamentadas ao nascer, e a porcentagem cai para 30% nos primeiros dois ou três meses de vida".
"Apesar das evidências científicas, as taxas de amamentação continuam muito baixas. Muitas vezes, as mães desanimam nas primeiras dificuldades por não receberem o apoio necessário", concluem Panizza e Maccagnola.
Para saber se um recém-nascido está bem hidratado, basta observar alguns sinaisPara saber se um recém-nascido está bem hidratado, basta observar alguns sinais: "O bebê deve molhar pelo menos de 6 a 8 fraldas por dia com urina clara. Se molhar menos de 5 ou se a urina estiver escura e com cheiro forte, pode ser sinal de desidratação. Lábios e boca secos, irritabilidade ou sonolência excessiva também devem ser avaliados", acrescentam as parteiras.
O bem-estar da mãe também é importante, e ela deve estar atenta à sua hidratação: "Beber pelo menos dois litros de água por dia é essencial. O reflexo da sede — observam — é um sinal natural que acompanha a amamentação. A água pode ser combinada com chás de ervas frescas ou sucos naturais, evitando bebidas gaseificadas ou com cafeína. Frutas e vegetais da estação também são úteis para manter uma boa ingestão de líquidos".
As parteiras também recomendam: amamentar em ambientes frescos e bem ventilados; usar ar-condicionado ou desumidificadores, evitando jatos diretos sobre o corpo da mãe e do bebê; evitar sair nas horas mais quentes; usar roupas confortáveis, de fibras naturais, tanto para a mãe quanto para o bebê. "Outra dica útil - continuam Panizza e Maccagnola - é usar panos de algodão bem leves entre a pele da mãe e a do bebê durante a amamentação ou o contato pele a pele, para absorver o suor. Tomar pequenos banhos antes ou depois da amamentação pode ser uma maneira de se refrescar e tornar a amamentação mais confortável. Se usar o babywearing, é útil amamentar o bebê assim que você o tirar do sling para hidratá-lo".
Mesmo para bebês alimentados com fórmula, é preciso ter cuidadoMesmo com bebês alimentados com fórmula, é preciso ter cuidado: "É melhor evitar aquecer demais o leite artificial e lembrar que, mesmo neste caso, não é necessário dar água até o início do desmame, a menos que o pediatra indique o contrário. Se houver dúvidas ou dificuldades - concluem os representantes da Fnopo - é importante pedir ajuda. As parteiras estão presentes em centros de aconselhamento, em casas de parto, em serviços ambulatoriais ou em consultórios particulares. Você nunca deve se sentir sozinha: a amamentação é uma jornada que deve ser acompanhada e apoiada".
Adnkronos International (AKI)